Informação foi confirmada por duas redes de supermercados do município; açougue da cidade também afirma que não houve mudanças
Alexson Alves de Araújo, subgerente do Proença, afirma que deve mudar de frigorífico Foto:Gabriele Reginaldo/A Cidade
Da Redação
Após a Polícia Federal deflagrar na última sexta-feira (17) a Operação Carne Fraca, os supermercados de Votuporanga seguem com as vendas sem prejuízos e sem mudanças nos preços dos produtos. A informação foi confirmada por duas redes de supermercados do município ao jornal A Cidade. Açougue da cidade também afirma que não houve mudanças.
Segundo a primeira rede entrevistada, Proença, por enquanto nada foi determinado quanto à compra de mercadorias das empresas investigadas na operação. “O nosso setor de compras ainda está analisando e vai determinar o que deve ser feito. Pode ser que migremos para outros frigoríficos menores até que seja concluída a operação. Os valores das mercadorias também serão determinados nas próximas semanas”, afirmou Alexson Alves de Araújo, subgerente do supermercado.
Antônio Manoel Martins André, sócio-proprietário e gerente de outra rede de supermercados da cidade, o Santa Cruz, afirmou que apesar de o consumidor ficar cauteloso por conta da operação, algumas empresas trabalham com carnes frescas, como é o caso da rede. “Optamos por frigoríficos da região, com a carne desossada na própria loja e não trabalhamos com as empresas que estão na operação. As que estão na loja têm selo de qualidade”, afirmou.
Ele ainda explicou que dentro de 20 a 30 dias será possível sentir os efeitos da operação no país. “Por enquanto os preços continuam os mesmos, mas em pouco tempo, sem as exportações, com certeza sobrará mercadoria e com isso o valor da carne pode abaixar”, explicou Antônio Manoel Martins André.
Cássia Simão, proprietária da Casa de Carnes Nossa Senhora Aparecida, afirmou que em um primeiro momento os consumidores ficam assustados, mas que no açougue não há problemas, porque não são comercializadas as carnes das empresas envolvidas. “Trabalhamos com carnes frescas e desossadas na hora. No interior é mais comum comprar de frigoríficos da região e não das empresas que estão na operação, isso ocorre mais em grandes centros. Então, a expectativa é que as vendas não diminuam por conta disso”, apostou ela.
Operação
De acordo com a Polícia Federal de Curitiba, a Operação Carne Fraca tem como objetivo desarticular a organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. “A operação detectou, em quase dois anos de investigação, que as Superintendências Regionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais, em detrimento do interesse público”, afirmou em nota na última sexta-feira.
A PF ainda afirmou em nota que “os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva”.
Nesta operação, 40 empresas do setor alimentício estão envolvidas, entre elas a JBS e a BRF.
(Colaborou Gabriele Reginaldo)