A manhã de quarta-feira (23/11) foi de muita reflexão a respeito de intolerância religiosa e racismo no Centro de Cultura e Turismo. O mestre/doutor em Semiótica e Linguística Geral, Sidnei Barreto Nogueira, foi palestrante da Semana da Consciência Negra e debateu sobre a “Lei 10.639/03: dificuldades de implementação como movimento social de aculturação, intolerância religiosa, racismo, violação da identidade brasileira e dos direitos humanos: um olhar de dentro”.
Sidnei explicou que faz parte da colonização o julgamento ao próximo. “Não somos uma história única, somos várias. Precisamos de oportunidade para mudar nossa realidade. A frase de ‘querer é poder’ é ilusão, sobretudo neste país. Quero provocar este assunto para romper os estereótipos. A palavra vem de estéril, terra árida, que não produz. Estamos estereotipando quando citamos apenas a versão negativa das pessoas”, disse.
Ele contou sua trajetória. “Minha mãe era empregada doméstica. Depois de muito tempo, conseguiu cargo político e meu pai era caminhoneiro. Sou filho, sou ser humano e quis fazer Direito, mas não passei. Cursei Letras, mas não era o que eu desejava. Até que me apaixonei pela graduação ao dar aula aos alunos. Após isso, veio a pós, mestrado e doutorado. Se você não conhece a história do outro, não fale. Ande em suas pegadas primeiro”, afirmou.
Para o palestrante, racismo é a crença de uma raça superior a outra. “Existe uma linha tênue entre o que é aceitável – heterossexual, branco, olhos azuis, cabelos loiros e magro - e não admissível – negro, cabelos pixaim, olhos pretos, gay e gordo. A sociedade está cada vez mais desumanizada e violenta”, complementou.