Profissionais do Serviço de Assistência Especializada e assistente social do CREAS de Votuporanga apresentaram trabalhos no evento
Votuporanga foi representada no IV Encontro Paulista de DST/AIDS - "Resposta Paulista Frente às DST/Aids: da Prevenção à Cura", realizado nesta terça-feira (13/9), em São Paulo. Três trabalhos locais foram aprovados e debatidos no evento, que contou com 600 participantes.
Profissionais do Serviço de Assistência Especializada (SAE), a enfermeira Leiliane Cristina Scarpa e Léa Cristina Bagnola - coordenadora Municipal do Programa DST/Aids – apresentaram o tema: “Investigação de soroconversão para HIV durante acompanhamento de acidente ocupacional com exposição à material biológico em profissional de saúde”.
O estudo foi realizado durante 18 meses. “Acredito que o tempo que investimos em pesquisa nos proporciona grande nível de conhecimento. A partir do estudo em questão, a nível local/regional, reformulamos todo fluxograma de atendimento implantado em Votuporanga e Regional de 17 municípios. Realizamos adequação do protocolo de atendimento e capacitamos profissionais da rede de atenção à saúde regional. Também diante da conclusão de nossa pesquisa, o Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (CRT SP) sugere novas adequações e normatizações no Protocolo Estadual e está em fase de elaboração uma nova Norma Técnica complementando o Protocolo atual vigente no Estado de São Paulo”, explicou Leiliane.
Demais trabalhos
A assistente social do Centro de Referência Especializado de Assistência Social, Angelita Toledo, apresentou dois trabalhos. A pesquisa sobre Aids e mulheres negras teve por objetivo analisar algumas expressões da questão social, como desigualdades de classe social, gênero e raça que podem expor mulheres a situações de risco com relação ao vírus HIV/Aids.
O I Seminário Saúde da Mulher Negra e DST/Aids, promovido pela Secretaria de Direitos Humanos e SAE em maio, também foi tema de estudo da assistente social com a coordenadora municipal do programa Léa Bagnola.
Segundo Angelita, “mulheres negras estão mais vulneráveis em contrair algumas doenças sexualmente transmissíveis - DST’s, como vírus da Aids, não por conta da cor da pele, mas sim pelas condições socioeconômicas em que se encontram atualmente, decorrentes de um passado escravocrata que lhes reservou as piores condições de vida, trabalho, escolaridade, moradia, renda, etc.”. Na plenária, agentes de saúde relataram situações de racismo, como tratamentos discriminatórios a pacientes negros além das dificuldades de acesso aos serviços de saúde para essa população.