Os trabalhadores da distribuidora de energia Elektro nos 228 municípios dos estados de SP e MS anunciam que vão entrar de greve na próxima segunda-feira, dia 29 de agosto. Com data-base em junho, até agora eles estão sem uma proposta econômica para o Acordo Coletivo de Trabalho que possa ser aprovada pela categoria. É que, passados três meses do início do processo negocial e cinco rodadas de negociação com os dirigentes do Sinergia CUT (Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de SP), as propostas apresentadas pela bancada patronal foram rejeitadas pelos trabalhadores.
E a proposta final da Elektro foi de 8% de reajuste salarial, índice que não atinge nenhum indicador de inflação do período e está bem longe da pauta dos trabalhadores, que é a correção pelo ICV Dieese (9,44 %) somada ao Aumento Real de 3%.
Aprovação da Greve
Entre os dias 9 e 17 de agosto, o Sindicato realizou assembleias nos locais de trabalho para a deliberação da proposta que foi oficialmente rejeitada por maioria dos trabalhadores. Na mesma ocasião, aprovaram o plano de lutas com greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (29). Com o resultado obtido nas assembleias, já no dia 18, o Sinergia CUT solicitou à Elektro a reabertura do processo de negociação com o objetivo de melhorar a proposta para que chegue nos números da pauta dos trabalhadores. Porém, até o momento, a empresa não acatou essa solicitação.
Assédio moral?
Após a rejeição da proposta, chegou ao conhecimento do Sindicato através de várias denúncias, que gestores da Elektro estariam instruindo os trabalhadores a assinarem um abaixo-assinado manifestando a aceitação da mesma proposta que havia sido refugada pela categoria nas assembleias. E ainda mais um detalhe: nesse período, foram realizadas três demissões de trabalhadores da Elektro, inclusive uma delas teria ocorrido após a trabalhadora negar-se a assinar o tal abaixo-assinado.
Mesa Redonda na GRT
Sempre na defesa da categoria energética, com o objetivo de denunciar todas as práticas inadequadas que vêm sendo cometidas pela empresa e também para buscar a reabertura da mesa de negociação, o Sinergia CUT procurou a mediação da Gerência Regional do Trabalho e Emprego (GRT) em Campinas e solicitou Mesa Redonda, que foi agendada para esta sexta-feira (26), às 10h. “Devido à intransigência da empresa e buscando esgotar todas as possibilidades de negociação que culmine em um acordo possível entre as partes, procuramos a mediação do Ministério do Trabalho através da GRT”, afirma a direção do Sinergia CUT.
Sendo assim, ficam mantidos todos os procedimentos jurídicos legais para a implementação da greve a partir da 00h de segunda-feira (29). E, como Sindicato Cidadão, que reconhece o serviço essencial à população, o Sinergia CUT manterá o atendimento aos serviços emergenciais durante a greve.