Após exatamente um ano sem o cantor sertanejo, que faleceu em acidente de carro, biografia não autorizada é lançada por fotógrafo
Muitos fãs não gostam nem de pensar no dia 24 de junho, um dia marcante para o universo sertanejo. Hoje, Cristiano Araújo, cantor, instrumentista e compositor brasileiro, provavelmente estaria a caminho de mais um dos grandes shows de sua carreira, se não fosse o trágico acidente fatal há um ano.
Para homenagear e relembrar a história do músico, o fotógrafo Flaney Gonzallez, de 32 anos, que trabalhou em Votuporanga e acompanhou cantores como Joab Fontes, lançou uma biografia não autorizada de Cristiano Araújo. O título “Onze mil horas” faz referência ao tempo em que Flaney e Cristiano Araújo estiveram juntos em jornada de trabalho.
“As histórias do livro são as que vivi com ele. O que de mais interessante acontecia nos shows e nos bastidores. Como ele era quando a câmera desligava, o quanto ele era simples e natural fora do palco. A biografia não é autorizada, mas o pai dele ficou por dentro de todo o processo, enviei textos e ele sabia que o livro seria lançado”, conta o fotógrafo.
O livro “Onze mil horas”, que conta com 220 fotos em 400 páginas, entre as quais, muitas inéditas, mostra as horas que Flaney passou trabalhando com Cristiano como fotógrafo e documentarista do sertanejo.
Para o autor da biografia, o momento mais especial do livro que, segundo ele, escreveu para falar da vida e não da morte de Cristiano, é o que demonstra a confiança que o cantor depositava nele. “O capítulo mais especial é o que mostra nossa relação com os textos que eu escrevia. Ele confiava os textos em primeira pessoa em mim. Ligava e me pedia para escrever e eu procurava colocar o ponto de vista dele. É gostoso reviver as conversas e ouvir os áudios, mas dá uma saudade danada”, relembrou.
Flaney conta que até hoje não acredita na fatalidade e fala com saudade sobre a última conversa com Cristiano Araújo. “Eu disse ‘Falou, man! Já, já te mando as fotos’, e me despedi no camarim. Eu queria ter dito: não vai!”, finaliza o fotógrafo muito emocionado. (Colaborou Gabriele Reginaldo)