Parlamentares acusaram Expresso Itamarati de "rasgar contrato" ao abandonar operação de linhas no Jardim Itália e Célio Honorato Junior
Fábio Ferreira
Durante a 18ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal, na noite de ontem, oito vereadores usaram a tribuna para tecer críticas a empresa Expresso Itamarati, responsável pelo transporte coletivo na cidade, que recentemente encerrou os serviços nos bairros Jardim Itália e Célio Honorato Junior. O vereador Edilson do Santa Cruz ainda revelou que o contrato com a empresa termina no fim do ano e a mesma não teria a intenção de renovar.
"Chegou ao meu conhecimento que pelo fato de não estarem tendo lucro, a Itamarati não tem a intenção de continuar em Votuporanga. Quero deixar claro que se essa empresa for embora, quem vai pagar o pato é a população. Eles vieram para o município e fizeram diversas promessas que não foram cumpridas. Prova disso é a situação da cobertura de pontos de ônibus, que tivemos que improvisar em alguns locais. Vieram aqui e pensaram que iriam pegar só o filé mignon, agora precisam lidar com a crise e poucos passageiros", discursou o vereador Edilson do Santa Cruz.
O vereador Pedro Beneduzzi foi o primeiro a levantar o assunto. "O imposto que a população paga nesses bairros abandonados é o mesmo de todo restante da cidade. Não é justi ficarem sem o serviço de transporte coletivo". Já Mehde Meidão, lembrou que mesmo a Prefeitura custeando R$ 1 da passagem, a empresa não deixa de trabalhar no vermelho. "Estão no vermelho, isso é fato. Imagina o que seria dessa empresa se a Prefeitura não custeasse nada?", questionou.
Por sua vez, o vereador Eliezer Casali classificou a situação como "dar murro no ar e guardar objeto em sacola furada". "Certas coisas que a gente luta parece que nunca vão se resolver. Tanto tempo nós batemos nessa Casa de Leis em relação a melhoria do serviço de transporte público para depois voltarmos para atrás. Se eles quiserem ir embora, tudo bem, mas enquanto estiverem trabalhando nós temos que fiscalizar e exigir. O que estão fazendo ao cancelar itinerários nesses bairros é chamar a Câmara de idiota", afirmou o parlamentar.
O presidente da Câmara, Serginho da Farmácia, preferiu adotar um discurso mais cauteloso e afirmou que "antes de qualquer julgamento sobre a empresa acho que devemos ir até o escritório ou falar com o gestor responsável para cobrar tais situações. Por fim, o vereador Silvio Carvalho se atentou ao fato da cidade ter alto índice de veículos por habitantes. "Sabemos que a cidade não tem cultura de transporte coletivo, por aqui muita gente tem veículo próprio. A empresa que estiver à frente do transporte coletivo já tem que saber disso", concluiu.