Um grupo de cerca de 30 pessoas realizaram um protesto pacífico na manhã de ontem e fecharam por cerca de 1h parte da avenida Conde Francisco Matarazzo
Da Redação
Um grupo de cerca de 30 pessoas realizaram um protesto pacífico na manhã de ontem e fecharam por cerca de 1h parte da avenida Conde Francisco Matarazzo para chamar atenção da Prefeitura e pedir urgência no desfavelamento da favela do Matarazzo, no bairro Palmeiras I. Moradores também reivindicam por meio de abaixo-assinado melhorias na rua Antônio Rodrigues Craveiro Junior. O local é estreito e impossibilita trânsito de veículos, o que dificulta atendimento de urgência.
A manifestação teve iniciativa do calheiro Juah Frank Francisco, de 41 anos, que mora nas proximidades e se sensibilizou com o estado de abandono da área que vive amigos vizinhos. Ele também é o responsável pelo abaixo-assinado que conta com 450 assinaturas para pedir providências em relação a rua Antônio Rodrigues Craveiro Junior.
“É uma viela que existe desde a época do desfavelamento da Sapolândia, há 24 anos. Eles tiraram o pessoal de uma favela e instalaram atrás de outras. O resultado é uma rua que na verdade é um corredor de 1,5m que mal comporta a circulação de pessoas. Isto infringe o direito de ir e vir presente na Constituição Federal”, justificou.
Frank ainda alerta que há casos em que senhoras que moram na viela e precisam de atendimento de saúde de emergência são carregadas até a avenida para serem atendidas pelo Samu. A Secretaria de Trânsito, Transporte e Segurança se comprometeu a ir ao local nesta terça-feira (31/5) para analisar o caso.
Morador do local há 40 anos, Durvalino Lima, de 60 anos, demonstra medo de ficar sem uma casa em boas condições de moradia caso o desfavelamento não saia. “São 7 filhos criados aqui e essa casa é tudo que a gente tem. Foi sofrido demais conseguir esta casinha, e a gente fica com medo quando escuta que o desfavelamento talvez não saia”, conta ele emocionado.
Sobre a reclamação de abandono quanto ao desfavelamento do local, a Prefeitura esclarece que a favela do Matarazzo é uma das prioridades na área habitacional do prefeito Junior Marão. A Administração Municipal alega que realizou todos os procedimentos necessários para viabilizar a obra por meio da terceira etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida. “Esta fase foi prometida pelo Governo Federal em 2014 e, até o momento, não foi liberada”, lamentou em nota.
Como alternativa, a Prefeitura afirmou que tratativas já estão acontecendo para viabilizar a obra através de um convênio com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo), ligada ao Governo do Estado. A Administração Municipal esclarece ainda que pela grandiosidade do projeto e recursos a serem aplicados, não há confissões da Prefeitura construir as casas com recursos próprios, por isso a necessidade de uma parceira dos governos Estadual ou Federal.
Uma reunião com moradores da favela Matarazzo e o prefeito Junior Marão está marcada para a próxima sexta-feira, às 9h30, na Prefeitura. No encontro o prefeito pretende explicar o processo de parceria com os governos Estadual e Federal para que o desfavelamento aconteça. (Colaborou Gabriele Reginaldo)