A represa do córrego Marinheirinho precisa passar por um processo de desassoreamento
Daniel Castro
A falta de recursos financeiros impede que a Saev Ambiental faça o desassoreamento da represa de captação no córrego Marinheirinho, em Votuporanga. No ano passado, a Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente, por meio do seu superintendente, esclareceu que o serviço deve custar em torno de R$ 6 milhões.
Atualmente a Saev busca verba para a execução do projeto. Questionada se já conseguiu parte dos recursos, a autarquia explicou que não, assim como não é possível prever o início do trabalho de desassorear (retirar o acúmulo de areia, entulhos, pedras do leito do córrego, permitindo o livre fluxo das águas).
O projeto para o desassoreamento, assim como o estudo e o levantamento, já estão prontos, no entanto, há algum tempo a Saev busca a verba. A empresa ressalta ainda que tirar a areia do local e transportá-la para uma destinação correta é algo bastante caro.
A autarquia observou que a Represa de Captação do Córrego Marinheiro, que abastece vários bairros da cidade, está assoreada em aproximadamente 50%.
Recentemente o vereador Walter José dos Santos, o Wartão, fez uma indicação destinada ao superintendente da Saev Ambiental, Oscar Guarizo. Ele reivindica que seja providenciado o desassoreamento, em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura de Abastecimento do Estado de São Paulo e a Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado de São Paulo (Codasp).
Wartão lembrou que cabe ao poder público municipal promover medidas que visem garantir o abastecimento de água potável à população, e que a preservação da Bacia de Acumulação do Sistema de Captação do Marinheirinho é de suma importância neste aspecto. Para ele, é fundamental que a autarquia promova o desassoreamento da bacia, garantindo assim o abastecimento local às presentes e futuras gerações.
Represa no córrego Marinheirinho
A Represa de Captação do Córrego Marinheirinho foi concluída em 1974 e atualmente reserva um volume de água de 480 mil metros cúbicos. Em seus limites estão o Horto Florestal, propriedades rurais que cuidam para deixar o solo com cobertura vegetal (impedidas do uso de defensivos, para evitar a contaminação dos dejetos na represa e o assoreamento). Não há eutrofização, isto é, todo o ecossistema está em equilíbrio.
O bairro São Cosme e São Damião, nas proximidades, teve seu esgoto canalizado e desviado da represa. Em suas nascentes estão águas de boa qualidade, como as do Marinheirinho no Sítio Garcia, Sítio Dan, Sítio Sanches, as nascentes das represas das Fazendas Três Irmãos e Alvorada, Estância Esperança, Sítio Cruz, Sítio Amazonas, Mina da Mata da Fazenda Favaro.
A água da represa é tratada e reservada na Estação de Tratamento de Água, onde é preparada até chegar ao consumidor. A produção de água atinge a média de 164 litros por segundo, sendo responsável pelo abastecimento de 38% da população (cerca de 34 mil habitantes).